CORURIPE CONCLUI EMISSÃO DE US%$ 300 MI
Com o objetivo de captar maior volume de recursos, a Usina Coruripe, com sede em Coruripe (AL) e quatro unidades produtivas localizadas em Minas Gerais, concluiu no início do mês a emissão de US$ 300 milhões, ou cerca de R$ 1,59 bilhão, em títulos de renda fixa no exterior, com juros de 10% ao ano. A transação foi a primeira da companhia no mercado de capitais internacional e teve o intuito de captar recursos para alongar parte da dívida da empresa por cinco anos.
De acordo com as informações da empresa, a operação foi coordenada pelos bancos Morgan Stanley, Itaú BBA, BTG Pactual e Citigroup. A XP e o Santander participaram como joint bookrunner.
O presidente da Usina Coruriperio Lorencatto, explicou que a empresa já acessa o mercado nacional de capitais, porém, a disponibilidade de recursos é limitada para uma empresa como a Coruripe. Com a limitação, a empresa se preparou para o mercado internacional e o resultado foi bem positivo. O valor captado é suficiente para refinanciar dívidas e alongar os prazos.
“Há muito tempo que as empresas do nosso setor não têm emitido no mercado internacional por operações não bem-sucedidas no passado e, por isso, o mercado meio que se fechou. Conseguimos reabrir o mercado internacional em um cenário macroeconômico e geopolítico, pela situação entre Rússia e Ucrânia, não favorecido. Além da alta dos juros nos Estados Unidos. Mesmo assim, o investidor gostou da nossa história e dos resultados robustos obtidos pela Coruripe nos últimos anos. Emitimos uma quantidade suficiente para refinanciar uma parte da nossa dívida. Agora também passamos a acessar uma fonte de financiamento com maior liquidez do que se tem no mercado brasileiro”, explicou.
Ainda segundo Lorencatto, a Coruripe vai continuar acessando o mercado de capitais no Brasil e se relacionando com os bancos, mas uma boa parte do financiamento está com prazos alongados e perfil diferente.
Ao longo dos últimos anos, a empresa investiu em melhorias operacionais e em técnicas avançadas de cultivo, irrigação e manejo, além de priorizar os altos níveis de eficiência nas plantas industriais. Os aportes e maior eficiência têm gerado resultados muito positivos.
Desempenho favorável
Segundo os dados da Coruripe, na safra 2020/2021, o faturamento da empresa alcançou R$ 3,16 bilhões, um crescimento de 28,9% em relação à safra 2019/2020. O lucro líquido atingiu o valor de R$ 338,3 milhões, um aumento de 331,9% na comparação com o período anterior.
“Para o ano de 2022, queremos continuar a desenvolver as atividades da empresa com sustentabilidade, de forma a gerar valor para acionistas, colaboradores e sociedade”, afirmou.
Ainda segundo Lorencatto, a Coruripe também aproveitou o momento para fazer uma operação de follow up, transformando a dívida em reais. “Nosso objetivo é reduzir a exposição da empresa em dólar. Com a apuração, a gente atinge este objetivo de gestão de risco. Então, é um momento bom da companhia de poder em situação difícil, em termos de cenário brasileiro e internacional, ser bem-sucedida em uma operação desta envergadura”, explicou.
Investimentos
Em relação a investimentos, já foi anunciada uma nova unidade em União de Minas e a expansão da unidade de Limeira do Oeste, ambas no Estado. Em Limeira do Oeste será instalada uma fábrica de açúcar. Em 2021, a Coruripe também adquiriu uma usina no Paraná, que está sendo desmontada e os equipamentos trazidos para Minas Gerais.
“Essa unidade do Paraná será canibalizada para fazer a expansão de Limeira e dar um empurrão inicial na construção da unidade de União de Minas. A estimativa é investir cerca de R$ 800 milhões em 2022, sendo que dois terços deste recurso serão aportados nas unidades de Minas Gerais”, disse.
Outro investimento importante feito pela Coruripe em parceria com a Rumo Logística e que será inaugurado em 26 de maio é o terminal ferroviário em Iturama, no Triângulo. O projeto, que recebeu cerca de R$ 100 milhões de investimento, prevê a instalação de uma unidade de transbordo rodoferroviário interligada à empresa Rumo Malha Central (Ferrovia Norte-Sul).
A unidade terá capacidade de movimentação de cerca de 2 milhões de toneladas de açúcar VHP por ano para exportação via Porto de Santos, em São Paulo.
“Este investimento vai facilitar o escoamento do açúcar produzido no Triângulo Mineiro para o Porto de Santos. Ele está no tronco da Norte-Sul, que está virando uma realidade importante e vai ajudar bastante na logística do desenvolvimento da região”.
Fonte: Diário do Comércio