Mercado de hidrogênio verde deve chegar a US$ 10 trilhões
O CEO da Plug Power, Andy Marsh, estima que globalmente o mercado geral de hidrogênio verde subirá para a casa dos US$ 10 trilhões (R$ 53,4 trilhões) nos próximos anos. Segundo Marsh “os projetos solares e eólicos não criam muitos empregos de forma contínua, mas há empregos na produção de hidrogênio. Muito mais do que se você construir uma fábrica de baterias”.
A expectativa é que as usinas de hidrogênio verde da Plug produzirão 500 toneladas de combustível por dia até o final de 2025. A Amazon planeja comprar mais de 10.000 toneladas por ano, em um negócio de até US$ 2,1 bilhões (R$ 11,3 bilhões). A Plug Power também fornecerá ao Walmart combustível suficiente para 9.500 empilhadeiras de célula de combustível para os seus armazéns.
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Até o momento, Marsh levantou US$ 5 bilhões (R$ 27 bilhões), incluindo uma rodada de investimentos de US$ 1,9 bilhão (R$ 10,2 bilhões) com o conglomerado sul-coreano SK Group. A Plug usou o financiamento para construir 13 refinarias de hidrogênio nos EUA e na Europa, com construção em andamento na Geórgia, Nova York, Tennessee, Texas, Louisiana e Califórnia, e projetos sendo preparados com parceiros na Bélgica, França, Espanha, Portugal, Coreia do Sul e Austrália.
As refinarias de hidrogênio que a Plug Power está construindo “parecem usinas de petróleo e gás”, diz Marsh. Eles usam dutos semelhantes aos das usinas de gás natural, o que significa trabalhos de construção e manutenção contínua, além de enviarem combustível liquefeito por meio de caminhões e trens, exigindo motoristas e outras equipes de apoio. “Cerca de 20% dos nossos trabalhadores vieram da indústria de petróleo e gás”, disse ele em entrevista à Forbes.
A General Motors, que vem desenvolvendo a tecnologia de célula de combustível de hidrogênio desde a década de 1990, também está se movendo para ser um player no espaço do hidrogênio verde em parceria com a norueguesa Nel, um dos principais produtores de eletrolisadores, para encontrar maneiras de reduzir o custo dessa tecnologia.
Ao contrário dos esforços anteriores da indústria automobilística para comercializar veículos movidos a hidrogênio, a Marsh não tem como alvo inicial a indústria de transporte. Quase todo esse hidrogênio será usado para geração estacionária de eletricidade, combustível para empilhadeiras, agricultura e aço “verde”, em vez de automóveis.
As emissões de carbono combinadas da fabricação de aço com outras aplicações industriais respondem por “cerca de 26% das emissões de carbono do mundo, contra 26% da mobilidade”, diz Marsh. Ele também vê os caminhões como bons candidatos para o hidrogênio, especialmente no final desta década, e a Plug está trabalhando com a Renault em vans de entrega com células de combustível.